Metaverso e a economia criativa: um universo de possibilidades reais

Especulações sobre realidades virtuais e universos digitais não são exatamente uma novidade. Inúmeros filmes de ficção científica, entre os quais Matrix, Jogador Nº1, 13º Andar e Tron: Uma Odisseia Eletrônica, já haviam jogado luz sobre o tema e fomentado expectativas sobre a possibilidade da existência de um universo paralelo em ambiente digital. Porém, desde que Marck Zuckerberg anunciou a mudança do nome da gigante Facebook para Meta e revelou mais detalhes sobre o seu novo e audacioso projeto, a criação do Metaverso, o que se viu foi um verdadeiro salto para a transformação da ficção em realidade.

É verdade que o Metaverso ainda não existe de fato. O que temos hoje são versões de teste de “infraversos” ou “subversos” representados por espaços virtuais 3D que permitem experimentar parte do que se espera será o universo paralelo digital. Mas a ideia de que poderemos viver em uma espécie de realidade virtual com a ajuda de inteligência artificial, realidade aumentada e diversos outros elementos de tecnologia, já vem movimentando absolutamente todos os mercados mundiais.

A promessa é que o Metaverso irá abranger todas as áreas da existência humana, desde entretenimento, educação, jogos, viagens até negócios, vendas e comércio. Esse universo virtual tentará dar às pessoas possibilidade de fuga da realidade. Dentro dele poderemos construir uma vida digital da maneira que quisermos, teremos nossa própria casa, roupas digitais e a oportunidade de fazer muitos novos amigos ao redor do mundo.

As gigantes da tecnologia, como a Microsoft, a Apple, a Fortnite e Roblox, além da própria Meta, é claro, estão investindo pesado em uma nova realidade tecnológica e criando iniciativas que vão desde as tecnologias mais imersivas, passando por jogos, escritórios e e-commerces criados em ambientes 3D ou por meio de realidade aumentada, até aplicativos que criam realidades virtuais alternativas.

Ainda existe um logo caminho a ser percorrido até que o Metaverso seja uma realidade, afinal, o próprio Marck Zuckerberg disse em seu discurso de lançamento da plataforma que pode levar de 5 a 10 anos para que os recursos dessa nova realidade virtual se tornem comuns para o grande público. No entanto, já é possível afirmar, sem sobra de dúvidas, que para os mercados de arte, moda, animação e games, comunicação e design, a concretização do Metaverso será uma verdadeira revolução. O ambiente cuja a proposta é reduzir significativamente as fronteiras entre o mundo físico e o digital abre um leque de oportunidades gigantesco para todos os setores da economia criativa.

Com o Metaverso se tornando realidade, designers de quase todos os setores poderão se especializar em desenvolver produtos específicos para o mundo virtual, como “skins” (roupas para avatares) ou acessórios, cenários e espaços, mobiliário e avatares, entre inúmeras outras possibilidades. Os designers gráficos especializados em marketing também terão a oportunidade de se especializarem em desenvolver campanhas de marketing adaptadas para esse universo. E os profissionais de animação e games já estão ajudando a criar esse universo paralelo do qual tanto se fala, afinal sem eles nada disso seria possível!

Não à toa a NVIDIA, empresa líder mundial em computação de inteligência artificial, disponibilizou no início do ano para milhões de profissionais de criação do NVIDIA Studio o NVIDIA Omniverse, plataforma de simulação de mundo virtual e colaboração em design 3D em tempo real projetada para ser a base que conecta mundos virtuais.

Com a evolução dos NFTs, mesmo antes do universo virtual existir de fato, as obras de arte virtuais já têm sidos vendidas por milhões de dólares. No Metaverso, o mercado de arte digital deve ganhar ainda mais destaque, multiplicando as possibilidades de ganhos dos artistas no mundo inteiro. Galerias de arte terão a possibilidade de alcançar muito mais público com exposições virtuais em 3D que poderão reproduzir os ambientes físicos, com paredes e corredores para exibição das obras. Além disso, as possibilidades criativas dentro de um universo tão novo e tecnológico são incontáveis.

Resumindo, o surgimento do Metaverso é o primeiro passo para uma grande transformação digital da sociedade mundial. Novas carreiras e empresas devem surgir e possivelmente muitas serão extintas no processo. Em meio a tantas novidades e transformações, a única certeza que temos é que as oportunidades de inovação para as carreiras da economia criativa dentro do Metaverso deverão crescer de maneira vertiginosa, já que absolutamente tudo dentro desse universo virtual de realidade aumentada está sendo criado do zero.

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