“A Panamericana me abriu todas as portas para a mudança de carreira”, conta ex-aluno

O fotógrafo Gabriel Quintão fala sobre a importância da escola para a sua trajetória profissional e revela que usa os ensinamentos do curso de fotografia até hoje em seus trabalhos

Gabriel Quintão se apaixonou pela fotografia logo cedo, quando cursava jornalismo na faculdade. Nascido em Araraquara, no interior de São Paulo, o fotógrafo chegou a atuar como jornalista durante quatro anos, em sua cidade natal, mas seu amor falou mais alto e, antes mesmo de se especializar, ele começou a fazer trabalhos de fotojornalismo. “Durante o curso na universidade, eu tive a matéria de fotojornalismo e, apesar de nessa época eu ter tido um professor muito ruim, com uma estrutura errada, aquilo me conquistou. O amor pela fotografia apareceu ali”, conta ele.

Depois de passar algum tempo atuando como fotógrafo amador, cobrindo pequenos eventos em sua cidade, a vontade de se expressar através das imagens o impulsionou a mudar-se para São Paulo em 2010 para estudar fotografia na Panamericana. “Eu queria me aprimorar na área, me tornar realmente um profissional. Aí eu vi uma propaganda da Panamericana na TV. A escola tem um nome forte, eu já havia pesquisado bastante sobre escolas de fotografia e a referência número um sempre foi a Panamericana. Então resolvi vir para São Paulo conhecer de perto a unidade da escola na Angélica. Eu tinha uma amiga que morava ali perto e ela me acolheu até achar um lugar pra ficar. Tudo se encaixou”, relembra o fotógrafo.

Enquanto fazia o curso de fotografia da Panamericana, Gabriel trabalhou por um tempo como web designer para se manter, mas logo conseguiu um emprego na área que realmente queria: “A transição foi super rápida, em questão de seis meses eu já tinha feito um amigo na minha turma da escola e ele me indicou pra trabalhar no meu primeiro emprego de fotografia, o site Vírgula. Eu já fotografava, eu já tinha bastante noção e com seis meses de curso eu já tinha aprendido bastante coisa. Esse primeiro trabalho me abriu muitas portas. Eu conheci muita gente e tive a oportunidade de praticar muito”. 

Além da prática, Quintão conta que sua experiência na Panamericana influenciou toda a sua trajetória: “O método de ensino da escola e a forma como eu aprendi lá influenciou muito o meu olhar para a fotografia. Eu imagino que cada turma deve ter uma vivência diferente, porque cada professor ensina a partir do seu olhar, mas eu tive uma sintonia muito grande, principalmente com o Flavio que foi o meu professor do primeiro ano. Eu cheguei lá meio perdido, eu gostava de imagem, de fotografia, mas o direcionamento que eu recebi foi muito importante. Inclusive, eu cheguei me achando, porque eu já fotografava, e toda a turma era iniciante, mas toda aula tinha uma coisa que eu não sabia. Aí o curso foi ficando mais avançado e eu percebi que eu não sabia nada. Eu não perdia uma aula, não chegava atrasado, chegava antes até, pra conversar com o professor. Mesmo as coisas que eu já sabia, eu descobri que não sabia. Muita coisa que eu fazia intuitivamente foi muito aprimorada”, lembra ele.

Dois dos trabalhos que o fotógrafo fez para o curso da Panamericana foram imprescindíveis para a sua carreira. O projeto autoral que fez logo no primeiro ano de curso, uma série de 18 imagens que retratam o aperto vivido por fãs que escolhem lutar pela primeira fila de shows de rock, foi exposto no espaço cultural Red Bull Station, em julho de 2014 e ganhou destaque internacional no site da CNN e uma série de outras publicações. Seu projeto de conclusão de curso, feito no segundo ano, também virou exposição, desta vez no Museu da Imagem e do Som – MIS. A série de 15 fotos chamada “Cinzas de Quarta” retrata as alegorias de escolas de samba que ficam abandonadas na zona norte de São Paulo e se decompõem em meio a outras sobras de desfiles após o Carnaval.

“Foram os trabalhos que fiz para o curso da Panamericana que me renderam muito e abriram muitas portas, graças aos professores da escola que me ajudaram bastante. A Panamericana me deu a coisa da prática que é algo que eu não achei mais em nenhum curso. Tudo o que eu aprendi ali eu uso até hoje. É muito raro hoje eu fazer alguma coisa muito autoral, mas dentro do meu trabalho comercial eu pratico muito essa questão da criatividade que eu aprendi com o foco autoral da escola. Porque a minha visão quando eu cheguei na Panamericana era de jornalista, de fazer a foto do acontecimento. Não tinha muito a reflexão, essa coisa de colocar um pouco de mim na foto. Era mais registro, documental. E o meu primeiro trabalho autoral na Panamericana já virar uma exposição de fato foi muito bacana. Eu consegui um certo reconhecimento não apenas das pessoas que eram da minha rede, mas de pessoas novas”, diz Gabriel.

Entre os muitos trabalhos que desenvolveu em sua carreira, Quintão destaca a paixão por retratos, que teve início ainda quando trabalhava no site Vírgula: “No começo eu fazia só fotojornalismo, pautas de entretenimento. Depois começaram a surgir algumas coisas de retratos e eu pirei nisso. Eu acompanhava as entrevistas com músicos, com artistas, e isso começou a me despertar o interesse por retratos. Comecei a praticar bastante dentro das pautas. Eu sempre levava uma luz diferente para exercitar a criatividade e depois de fazer as fotos padrão, pedia para as pessoas posarem para fotos diferentes”.

Depois de 7 anos no site Vírgula, o fotógrafo começou aos poucos a se desligar da área de fotojornalismo e migrou para a área de publicidade. Atualmente Quintão atua na capital paulista fazendo trabalhos que envolvem fotografia e vídeo. “Começaram a aparecer outros clientes e a rede de contatos que eu construí na Panamericana e no Vírgula me rendeu outros trabalhos maiores. Hoje quase não existe mais fotojornalismo, os veículos foram extintos e há poucos com estrutura de fotografia. Então eu fui me desconectando nessa área e fui me encantando pela parte do vídeo. Quando eu comecei na fotografia já existia essa tendência de transitar por vídeo, mas eu era mais resistente. Com o tempo, como o meu caminho na fotografia foi da edição para a foto, a coisa da edição de vídeo também começou a me despertar. Quando eu aprendi a editar vídeos, eu passei a gostar de criar vídeos, porque aí eu já fazia com outro olhar, com a ideia de como eu iria montar e contar as histórias”.

Mesmo em seus trabalhos com vídeo, o fotógrafo conta que usa os aprendizados que teve na escola e afirma que a fotografia segue sendo uma paixão. “A minha carreira já se transformou bastante por conta do meu envolvimento com vídeo. Eu pretendo continuar fazendo fotos, mas eu percebi que um vídeo é a soma de milhares de fotos. Foi assim que evolui. Eu continuo usando todos os princípios de fotografia que eu aprendi na Panamericana, mas os aplico à foto em movimento. Nesse sentido eu me transformei. Fotografar pra mim é uma paixão que muitas vezes é um trabalho. No trabalho eu sou muito flexível, posso fazer fotos, sites, vídeos, posso trabalhar como qualquer coisa. Mas pensando no lado da paixão, a foto o e os vídeos são formas de expressão, são formas de dar vazão ao que eu sinto e de colaborar com coisas que eu acredito”, explica

Questionado sobre que conselho daria a iniciantes que pretendem se aventurar na área da fotografia, Gabriel Quintão foi direto: “A Panamericana me abriu todas as portas para a mudança de carreira. Todos os professores viraram amigos e trabalhamos juntos. Além disso, o nome da escola é muito forte no mercado. Acho que sem a Panamericana eu estaria estagnado nos anos 2000. Eu já aconselhei muitas pessoas a estudarem na escola, seja fazendo o curso de hobby ou o profissionalizante. O curso me acrescentou muito e não tem nada igual, então sempre indico”.




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