Ex-aluna da Panamericana teve obras expostas no Carrousel du Louvre

Loyth Sousa teve dois quadros no evento Carrousel du Louvre que aconteceu em abril deste ano, no subsolo do Museu du Louvre, em Paris.

Natural de São Luis Maranhão, Loyth Sousa é apaixonada por artes desde criança. Ainda na época da escola, acumulava cadernos de desenho e bom desempenho nas aulas de artes. Durante a adolescência, autodidata, começou a pintar quadros por hobby e encantou os amigos de seus pais que frequentavam sua casa. “As pessoas começaram a gostar das minhas pinturas e eu comecei a pensar em vendê-los nessa época. A partir daí, meu trabalho começou a se espalhar e eu fui convidada para dar entrevista em um programa de televisão da minha cidade. Fiquei receosa e recusei o convite porque não sabia nada sobre arte. Eu pintava intuitivamente. Foi nesse momento que decidi que precisava estudar o que eu amava”, relembra ela.

A artista amadora resolveu se profissionalizar e começou a buscar cursos na internet. “Pesquisei escolas pelo Brasil todo. Eu estava decidida a estudar artes plásticas e, na época, não tinha esse curso aqui na minha cidade. Mas era o que eu sonhava e eu comecei a procurar algumas escolas em Belo Horizonte, porque tenho parentes lá. Durante a minha busca me deparei com a Panamericana, em São Paulo. Na hora que eu olhei o site da escola e vi aquela estrutura, eu falei: ‘Eu vou para São Paulo. É aqui que eu quero estudar e pronto’. Meu pai não deu muita atenção para minha ideia, mas minha mãe me apoiou. Ela falou: ‘Você quer mesmo? Se você quiser, você vai’. Em menos de um mês, eu arrumei minhas malas e fui embora para São Paulo, você acredita? “, conta Loyth.

A primeira coisa que Loyth fez ao chegar em São Paulo foi se matricular no curso de artes plásticas da Panamericana, mais de dois meses antes das aulas começarem: “Foi surreal, um sonho mesmo, porque em São Paulo era tudo bem diferente de onde eu nasci. Quando eu entrei na Panamericana eu fiquei deslumbrada e impressionada comigo mesma por de fato estar ali. Fiquei apaixonada pela escola. Uma das coisas que mais me marcou foi o tratamento que a escola dá aos alunos, o cuidado, a atenção, a metodologia de ensino e o carinho. Eu me senti acolhida e feliz. A recepção, diretoria, professores excelentes, enfim. A Panamericana não é só uma escola de arte, ela nos ensina a nos relacionarmos da melhor forma com o nosso próximo e principalmente no meio artístico em que trabalhamos”.

Foi na Panamericana que Loyth teve seu primeiro contato com história da arte e começou a ampliar seus conhecimentos sobre o trabalho que já fazia de maneira natural e espontânea. Na escola, a artista teve contato com grandes artistas brasileiros, como Claudio Tozzi, e aprendeu sobre diferentes técnicas e estilos, além de praticar bastante. “Foi muito enriquecedor, realmente. Depois de fazer o curso eu fui só querendo me aprofundar cada vez mais na área, fiquei mais envolvida e apaixonada por artes plásticas. Hoje em dia eu respiro arte 24 horas por dia. Vivo de arte e foi sempre isso que eu quis para mim”, diz.

Depois de se formar na Panamericana, Loyth começou a correr atrás de expor seus trabalhos, expos na Pinacoteca de São Bernardo, na Central das Artes Perdizes, em São Paulo, na Estação Cultura de Campinas, na Galeria Maggiorasca em São Luis, trabalhou em uma galeria de arte de um artista muito renomado no ABC, conheceu pessoas e artistas e terminou recebendo um convite para integrar o time de artistas representados pela agência Vivemos Arte, com a direção artística e curadoria de Lisandra Miguel.

“Foi a Lisandra que me falou sobre a possibilidade de mandar minhas obras para o Carrousel du Louvre pela primeira vez em 2020. Naquele momento aquilo parecia algo muito distante, eu estava me mudando de São Paulo para São Luis porque minha vida estava uma bagunça. Eu tinha terminado um relacionamento, no meio da pandemia, quase não estava conseguindo vender muitas obras, estava meio sem perspectiva, sabe? Eu falei para ela que eu estava de mudança, e ela foi muito, muito atenciosa. Ela falou: ‘Volte para a sua cidade e quando você estiver tranquila lá, aí a gente volta a conversar. O convite está lançado’”, relembra.

Depois de voltar para sua cidade, Loyth resolveu arriscar, aceitou o desafio de fazer dois quadros para o Carrousel du Louvre e teve seus trabalhos selecionados para serem expostos no subsolo do Museu do Louvre, em Paris. As obras de realismo contemporâneo retratam mulheres e usam o centro monocromático com fundo colorido: “Minha arte vai do abstrato ao figurativo porque eu não gosto de limitar a uma coisa só. Gosto de misturar as técnicas. Dentro do figurativo eu gosto muito de explorar a figura humana e as paisagens. E eu uso muito a minha intuição, coisa que aprendi a valorizar na Panamericana”.

A visibilidade gerada pela notícia de que foi selecionada para expor no Carrousel du Louvre fez com que o trabalho de Loyth fosse mais valorizado e passasse a ser mais procurado. Graças a isso ela conseguiu se programar e guardar dinheiro para ir a Paris ver de perto suas obras no local: “Acontece de muitos artistas só mandarem as obras, porque não é uma viagem simples, tem todo um custo por conta do artista. Mas eu vou. Considero isso um investimento para a minha carreira de artista e eu acho que você tem que investir em si próprio. É a primeira vez que vou expor fora do Brasil e será minha primeira viagem internacional também”.

Para aspirantes à artista, Loyth diz que é preciso ter certeza do se quer e persistir nos objetivos: “Tem que ter a arte na alma mesmo, porque se for só uma coisinha assim: ‘eu gosto’, não vai pra a frente. Tem que acreditar, amar de verdade, sonhar e correr atrás. Eu, por exemplo, sonho em ter minha própria galeria, então já estou planejando para fazer acontecer. É claro que não vai ser do dia para a noite. Tem que ter paciência e persistência. Tem que participar de exposições, tem que botar a mão na massa. No começo não é fácil, mas hoje eu sou realizada”.

“Eu digo que o céu é o limite. Pretendo expandir mesmo o meu trabalho. Expor em outros países, futuramente abrir uma escolinha para crianças, ter minha galeria. Enfim, quando eu olho para trás e penso em todas as dificuldades que passei até aqui, penso que tudo vale a pena. Graças a Deus, valeu muito a pena meu diploma da Panamericana, lindíssimo, na moldura dourada. Hoje em dia sou muito feliz com minhas coisinhas, conquistadas aos poucos. Sigo muito certa da minha escolha!”, finaliza ela

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