Ex- aluna da Panamericana apresenta terceira exposição individual

Está em cartaz na Galeria Estação, em São Paulo, até o dia 14 de março, a terceira exposição individual da fotógrafa Dani Tranchesi: “Lindo Sonho Delirante”. A artista, que se formou em fotografia pela Panamericana Escola de Arte e Design em 2013, usa seu trabalho para retratar o ser humano e seu cotidiano, explorando relações entre o corriqueiro e o inusitado em suas fotos.

Interessada pelo outro, Dani Tranchesi desenvolveu um olhar baseado na existência de maneira empática e generosa. Para essa exposição, a artista contou com acompanhamento do escritor, editor e curador de fotografia Diógenes Moura. O trabalho em conjunto também resultou em um livro homônimo.

De acordo com Moura, a mostra – com cerca de 60 fotografias feitas nas cidades de São Paulo, Belém e na Ilha do Marajó, em Salvaterra, Joanes, Soure e Cachoeira do Arari, entre 2018 e 2019 – foi criada a partir de um roteiro em que as possibilidades narrativas das imagens variam de acordo com o olhar do espectador.

As fotos retratam tanto a dureza de vidas e espaços das cidades metropolitanas, quanto a característica lúdica da Ilha de Marajó, onde contemplar estrelas ainda é um ato cotidiano. São imagens de ambientes domésticos, detalhes de objetos, com atmosferas de beleza e acolhimento contidas na resistência da simplicidade, que se contrapõem a destinos de homens em espaços urbanos marginalizados.

“Eu, fotógrafa, faço parte da cena que registro e me construo a partir do outro fotografado. Assim, entre paisagem e retrato, sujeito e objeto, minha produção registra ‘paisagentes’, investigando o quanto o entorno define formas de viver que existem, simultaneamente, em cada instante”, explica a fotógrafa, que já percorreu quase 70 países fotografando diferentes culturas.

Dani Tranchesi, que viajou várias vezes para a Ilha do Marajó e estabeleceu na região central São Paulo seu núcleo de pesquisa para realizar a exposição, mantém seu foco, desde que se formou na Panamericana, em um trabalho autoral construído a partir da percepção de que este planeta é lindo pela diversidade de pessoas e culturas que o coabitam. A artista também recorre aos recursos da fotografia digital, fazendo sobreposições, colagens, achatamentos e recortes, para representar a singularidade de cada forma de viver.

“A Panamericana foi muito importante na minha formação. Além de toda a teoria que aprendi lá, a escola me fez de fato fotografar. Lá eu fui estimulada a ir para a rua transformar teoria em prática, a criar projetos e desenvolver esse mecanismo do trabalho autoral. Isso foi fundamental”, finaliza Dani Tranchesi, ao ser questionada sobre a importância da escola na concepção de seus trabalhos.

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