Você se cansou de ser infeliz em sua vida profissional e não sabe o que fazer para se sentir realizado? Autoconhecimento e estudo podem ser as melhores formas de despertar suas verdadeiras vocações
“O que você quer ser quando crescer?” é uma pergunta que todos ouvimos ainda crianças. A questão, que para alguns parece muito simples de ser respondida mesmo na mais tenra idade, pode atormentar tantos outros, que se veem obrigados a tomar tal decisão muito cedo, sem ter certeza do que realmente querem para a vida. Sorte dos que nascem com convicção de suas vocações e anunciam aos quatro cantos, desde a infância, qual será o seu futuro. Mas a verdade é que a grande maioria de nós escolhe uma profissão sem muita segurança, em uma época da vida em que pouco sabemos sobre ela, muitas vezes abrindo mão do que acreditamos que nos faria felizes, por levarmos em conta diversos fatores que nem sempre são os que de fato nos tornariam bem-sucedidos em nossas carreiras.
Histórias de gente que ama o que faz e trabalha com paixão, prazer e felicidade são inspiradoras. Será que é realmente possível unir satisfação pessoal e trabalho? Ao mesmo tempo que é inegável que ter uma profissão que o faça se sentir realizado é algo extremamente gratificante, não podemos ignorar que fatores como a remuneração são importantes para uma boa qualidade de vida. Ainda assim, ao nos preocuparmos excessivamente com os resultados financeiros e outros aspectos práticos da profissão escolhida, corremos o risco de terminarmos presos a vidas de que não gostamos, infelizes e distantes de nossas verdadeiras vocações.
Muitas vezes, por nos apegarmos a conceitos preestabelecidos sobre os riscos financeiros atribuídos a algumas profissões, principalmente as ligadas à arte, abrimos mão da liberdade e satisfação de investirmos em uma carreira que nos faria felizes e, dessa forma, erramos duplamente. Primeiro porque trabalharmos apenas para pagar contas, aprisionados a uma carreira de que não gostamos, esperando a aposentadoria para sermos de fato felizes, é um desperdício enorme de energia e tempo. E segundo porque todas as profissões, mesmo que em teoria umas mais e outras menos, incluem riscos de sucesso ou fracasso, financeiro ou não. Todas as profissões envolvem incertezas.
É importante ter em mente que escolher uma profissão considerada segura não é garantia de uma carreira estável e bem-sucedida. As razões e impulsos que nos levam às escolhas e são combustível para nossa força de vontade são fundamentais para determinar nosso sucesso em qualquer área de atuação. Ao escolhermos uma profissão ou quando decidimos mudar de área de atuação, precisamos entender o que nos motiva. Afinal, mesmo que uma determinada profissão esteja “em alta” e tal área de atuação seja considerada promissora, dificilmente uma pessoa conseguirá ser bem-sucedida se for infeliz com seu trabalho. Ao contrário, a tendência é que as frustrações resultantes de atividades que nos desagradam nos transformem em maus profissionais, impedindo o êxito de nossa carreira.
Segundo o filósofo e escritor Roman Krznaric, um dos fundadores da renomada escola londrina The School of Life, não existe trabalho perfeito e todos eles podem ser repletos de frustrações, mesmo quando fazemos algo que amamos ou pelo qual somos muito bem remunerados. A diferença é que, quando você encontra um ofício em que pode usar seus talentos e colocar seus valores em prática, quando o que você realiza tem um porquê, fica muito mais fácil suportar os contratempos e insatisfações do dia a dia. Portanto, é essencial que seu trabalho faça sentido para você.
Para sermos realizados profissionalmente, é primordial que nos engajemos em uma atividade com a qual nos sintamos totalmente confortáveis. É preciso encontrar um trabalho que nos proporcione uma sensação de liberdade, mesmo quando em um emprego convencional com carga horária determinada. Para tanto, é necessário que nos submetamos a um processo de tentativas e erros, até descobrirmos o que de fato nos realiza. Além de nos conectarmos a nós mesmos, estudar as possibilidades e buscar conhecimento é indispensável para despertar nossas vocações. Descobrir o que nos faz felizes é uma tarefa que exige um esforço de autoanálise. Reconhecer nossas vocações e investir em estudos para transformá-las em ofício é imprescindível para que nos realizemos profissionalmente.
