A importância do design gráfico para reinventar a imagem das marcas

Tempos de crise podem se tornar boas oportunidades para que uma empresa ressignifique sua marca e um bom design gráfico é o caminho mais curto para se alcançar tal objetivo

O designer gráfico é, sem dúvidas, um profissional bastante versátil, que pode desempenhar múltiplos papéis em diferentes níveis estratégicos de um negócio. Além de ser forma, design também é função e tem o poder de definir o posicionamento de uma marca, não apenas por meio de sua identidade visual, mas também proporcionando, de diversas maneiras, experiências positivas aos clientes que consomem ou interagem com uma empresa, atuando como uma espécie de mensageiro silencioso de propósitos e valores. Neste século, as empresas já não constroem boas reputações apenas com base na qualidade de seus produtos e serviços. A imagem de uma marca tornou-se uma importante medida de seu sucesso.

O valor de uma marca não é apenas expresso pelo design, mas totalmente vinculado a ele em muitos sentidos. Seja por meio da comunicação e marketing, do design de produto e embalagem, da identidade gráfica, da experiência do usuário, do web design, ou até mesmo do design de interiores usado para criar os espaços onde o consumidor visita uma empresa, a estratégia de design está diretamente associada à estratégia de uma empresa. O papel do designer é usar sua expertise para solucionar problemas e encontrar novos caminhos e soluções para os problemas que surgem no dia a dia de um negócio. Para isso, ele precisa estar sempre um passo à frente, se antecipando às necessidades dos clientes e da sociedade.  É por meio do design que criamos novas alternativas para atender as necessidades e anseios da humanidade.

A pandemia de Covid-19 acelerou uma mudança na percepção da relevância do design para a sociedade e as empresas e os consumidores passaram a entender que é função do design compreender e identificar suas mudanças de comportamento, oferecendo novas respostas para uma nova realidade em que a humanidade vive uma grave crise que vem transformando hábitos de consumo. Espera-se que, como resultado desse novo olhar da sociedade ao setor, em um cenário pós-pandemia, o mercado passe a demandar ainda mais respostas dos designers.

A reflexão gerada pela crise fez com que as pessoas passassem a priorizar consumir de maneira responsável, prezando por questões como a preservação do meio ambiente, responsabilidade social e economia circular. Em tempos em que o consumo consciente é uma forte tendência, qualquer movimento de mobilização para ajudar a combater e conscientizar sobre o coronavírus, por exemplo, agrega valor às marcas.

Não foi à toa que grandes empresas de diversos segmentos decidiram reformular seus logotipos e slogans no início da quarentena, como forma de promover o isolamento social e o uso de máscaras, duas das principais medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde. A Volkswagen, por exemplo, distanciou as letras “V” e “W” de seu logotipo, o Mercado Livre mudou temporariamente sua identidade visual e trocou o aperto de mãos da sua logomarca por um toque de cotovelos, o McDonald’s Brasil separou os arcos dourados do seu icônico “M”, a Starbucks colocou máscara em sua sereia e a Audi separou as argolas do seu famoso símbolo.

Ser relevante se tornou imprescindível. Para se manterem importantes, as grandes companhias precisarão se associar a propósitos significativos. Os consumidores estão cada vez mais buscando transparência e coerência nos valores das marcas das quais escolhem comprar o que quer que seja, e o design é um excelente aliado na comunicação de tais valores.

É o caso da nova marca da empresa brasileira Phisalia, a vegana Physalis, que chegou ao mercado neste ano e já foi premiada com medalha de bronze, por conta da formatação da linha e do design estrutural e de embalagens, em uma das maiores premiações de design da Europa: o Prêmio Lusófonos da Criatividade. Com proposta sustentável, a linha de produtos de beleza e higiene tem como objetivo evidenciar o compromisso sustentável da empresa por meio de produtos de alta qualidade, que geram impacto positivo no meio ambiente. E o design teve papel decisivo na hora de traduzir a força desse conceito em formas e cores de uma identidade visual que traduz os diferenciais da marca e gera curiosidade e conquiste a confiança do consumidor.

Outro bom exemplo do impacto que as imagens e o design gráfico podem gerar na comunicação está no Facebook. Na rede social, o engajamento com conteúdos visuais é 37% maior se comparado ao engajamento com conteúdos escritos. Ou seja, por mais relevante que seja sua mensagem, é indispensável que ela se torne visível. E que tenha uma imagem adequada à ideia que irá transmitir.

O design gráfico é, portanto, a melhor ferramenta para criar não apenas a identidade visual de uma marca, mas também conceitos, produtos, embalagens, experiências e diversos outros recursos que diferenciarão uma empresa das concorrentes. Desde a tipografia, passando pelas cores, layouts, formas e texturas, até inúmeras outras soluções visuais que podem contribuir para construir ou renovar a imagem de uma marca, o design é um recurso fundamental para ajudar uma empresa a crescer, inclusive abrindo portas para o surgimento de novas perspectivas de negócio. Por isso, o designer é o profissional que está sempre na linha de frente de qualquer projeto, buscando soluções e adequações para uma sociedade cada dia mais digital.

Crises como a que estamos vivendo podem se tornar um ótimo momento para buscar novas oportunidades e se reinventar. Agora é hora de posicionar marcas e produtos de forma estratégica, inovadora, e alinhada a propósitos relevantes. E o design gráfico, em suas mais variadas aplicações, é imprescindível para ajudar a abrir um enorme leque de possibilidades para que uma marca ou empresa ressignifique sua identidade, e ganhe espaço no mercado a cada dia mais competitivo, por meio da inovação, qualidade e da comunicação.

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