Marcelo Maria de Castro expõe Zarathustra Brasileiro

Professor da Panamericana Escola de Arte e Design leva a Minas Gerais obra inspirada em Nietzsche

De 10 a 24 de junho, o tradicional Salão de Artes Plásticas de Arceburgo receberá “Zarathustra Brasileiro”, obra do artista plástico e professor da Panamericana Escola de Arte de Design, Marcelo Maria de Castro.

Criado a partir de uma profunda pesquisa e análise dos manuscritos de Nietzsche, “Zarathustra Brasileiro” propõe uma reflexão sobre o atual momento do país a partir da representação do Tratado de Tordesilhas, uma linha imaginária impositiva que reflete nas atuais relações humanas dos brasileiros. Para isso, Marcelo se apropriou de técnicas de gotejamento e sobreposição de cores como azul, amarelo e verde, da bandeira do Brasil, mas também misturas de tons de marrom e vermelho.

“Como pintor, estava em uma investigação pictórica sobre o espaço e seus signos em nosso mundo real e concreto. Em “Zarathustra Brasileiro”, utiilizei a composição do mapa do Brasil, recriando as linhas imaginárias que nossos antepassados portugueses traçaram com as capitanias hereditárias de forma impositiva no solo nacional, estabelecendo uma regra de conduta do espaço totalmente diferente da população nativa, os índios. Consegui expressar a violência deste ato sublime por meio das linhas gotejadas produzidas pelo efeito gravitacional. Me questiono se a raiz do problema social brasileiro vem se perdurando devido a esta relação predatória com o espaço da natureza e a morada do homem”, explica o artista plástico Marcelo Maria de Castro.

“Para nós, da Panamericana, é um orgulho acompanhar o sucesso de ex-alunos e, agora, professores como o Marcelo, um artista que consegue levar aos alunos da Panamericana não só sua paixão pela arte, mas toda a sua dedicação e estudo que resultam em obras como o “Zarathustra Brasileiro” que trazem em si não só um conjunto de técnicas e cores, mas uma história a partir de um estudo investigativo de Nietzsche”, diz Alex Lipszyc, Diretor Geral da Panamericana.

“Assim como todas as figuras vivas da cena se simplificam diante de nós nas linhas melódicas a moverem-se independentemente até atingirem a clareza da linha ondulada, assim a contiguidade dessas linhas ressoa para nós” (PG 86 – Cídio Lopes de Almeida – Estética e educação em Nietzsche)


Sobre Marcelo Maria de Castro

A pintura de Marcelo Maria de Castro se caracteriza pela onipresença do mistério. Seja em paisagens urbanas, ambientes internos ou imagens alegóricas, a maior relevância de seu trabalho plástico está na maneira como articula o espaço e as camadas de pintura num jogo de esconder/revelar que fascina desde o primeiro momento.

Um dado importante está em não trazer ao observador imagens explícitas, mas sugestões e possibilidades de interpretação do mundo. Trata-se de um fazer que abre portas, construindo labirintos para a emoção e a subjetividade. É erguida assim uma poética da sugestão, não da revelação.

Os títulos enigmáticos contribuem para a manifestação visual de um artista em que a Filosofia se faz presente como parte importante do entendimento da arte como uma maneira de estar no mundo. Cada obra conversa com o universo circundante e estabelece uma maneira de dialogar com aquilo que convencionalmente chamamos de realidade.

A expressividade do trabalho, marcada pelo gotejamento, pelo trabalho acurado e pela pesquisa constante, gera uma expectativa pelos próximos passos do criador, já que seu processo mental não é de estagnação, mas de busca de resultados questionadores de quaisquer verdades estabelecidas, com permanente inquietação e espírito crítico. (http://www.marcelomariadecastro.com/)

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